sexta-feira, 17 de abril de 2009

Conceitos Fundamentais da Filosofia II

Conceitos Fundamentais da Filosofia II
(Sofistas e Sócrates)

Sofistas:

Verdade: Para os sofistas a verdade não existia, como algo em si, como uma substância, portanto era ela relativa ao sujeito que fosse capaz de defender uma posição.

Convencimento: Na medida em que a verdade não existe, ela não deve ser ensinada, demonstrada, apresentada etc., mas manipulada, de modo a convencer, a quem quer seja, segundo o interesse de quem diz.

Kayrós (momento oportuno): Diz respeito às circunstâncias onde é propício ou não defender uma posição. De acordo com a oportunidade pode ser defendido que A é A ou que A é B.

Forma: Diz-se do modo, da maneira, do jeito peculiar de algo, sem levar em consideração o seu conteúdo. Em termos objetivos, é o como e não o quê. Em relação à dialética, diz respeito à qualidade do discurso, a dimensão retórica do dizer.

Conteúdo: É o caráter interno de algo, aquilo que se quer passar, reter ou alcançar. É a substância a que se deve orientar o discurso quando se dispõe à verdade. Dizer algo implica mostrar e fazer ver aquilo sobre o que se diz. O conteúdo é, portanto, o quê, não o como, embora o como, isto é, a forma, quando bem constituído e orientado a um fim (quê), contribui de modo decisivo àquilo de que é a estrutura formal.

Como: Modo, maneira, forma, jeito.

Quê (quid, qüididade): Substância, conteúdo, fim, bem.


Sócrates:

Método (através do caminho): Aquilo que se faz, se constitui, através de um meio que se orienta a determinados fins. Diz do processo racional segundo o qual algo é alcançado por intermédio da reflexão, da especulação, da razão, do pensamento, enfim.

Ironia (pergunta, indagação, questão): Primeira parte do método socrático que consiste em perguntar fingindo, metodicamente, ignorância. Diz respeito ao modo de perguntar que questiona as verdades sedimentadas, irrefletidas, imediatas do senso comum, de modo a despertar naquele que pretensamente sabe a ignorância relativa àquilo que pensava saber. Por questionar às verdades pré-estabelecidas, essa parte do método é considerada destrutiva.

Maiêutica (dar à luz, parir): Segunda parte do método socrático que consiste em reconduzir o sujeito, depois de esse ter quebrado o paradigma do pré-conceito, à verdade fundada na reflexão, na razão. Por restabelecer a ordem da verdade, essa segunda parte do método é considerada construtiva.

Verdade: Diferente do contexto sofístico, a verdade para Sócrates, a despeito de ele alegar ignorância, era algo possível, de modo que poderia ser alcançada pela reflexão (método).

Ignorância: A ignorância socrática é uma posição metodológica, isto é, um princípio formal que determina a pressuposição do não-saber como condição para alcançar a verdade. Assim, a ignorância diz: se não suponho saber, o saber é possível; mas se suponho saber, não posso saber, porque simplesmente ignoro que não sei.




Conceitos de Apoio

Dialética (diálogo): No platonismo, processo de diálogo, debate entre interlocutores comprometidos profundamente com a busca da verdade, através do qual a alma se eleva, gradativamente, das aparências sensíveis às realidades inteligíveis ou idéias.

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